Caros foristas,
É com enorme prazer que me apresento ao restante fórum, e passo a mensagem daquilo que foi mais significativo para mim : )
Desde os meus 15 anos que me foi detectada perda de audição... Foi uma enorme frustração, para quem ouvia como eu, verificar que alguns sons deixavam de se notar. É como se tivesse perdido uma capacidade minha!...
Fiquei preocupado, e quis rapidamente recorrer a apoio médico, com o intuíto de pedir uma opinião credível de quem percebe deste órgão tão importante que é o ouvido, e da sua principal função, que é estimular o cérebro com os sons que rodeiam o ser humano presente.
...Foi então, que passado por testes e exames, descobriram que tinha otoesclerose... Que é uma doença um tanto desconhecida, mais concretamente na forma como se manifesta, e até onde pode lesar.
Comecei por usar prótese auditiva no ouvido direito, para compensar a perda auditiva que já possuía... E acreditem! No 12º ano, sendo o único nestas condições, sentia-me frustrado ao saber que esta deficiência que o meu corpo tinha manifestado, podia afastar-se de quem tinha sido meu colega... "Estranhamente normal, estranhamente a ensurdecer!".
A otosclerose continuo a atacar o meu ouvido, e tive de continuar com o uso de uma nova prótese, pois a perda era já de alguma intensidade...
(Passei cerca de 10 anos, a sentir que estava a perder algo que me era muito importante - a audição!!)
"Ouvia rádio e televisão, mas em certos momentos, deixei de perceber o que diziam... E quando estava distraído, nem os meus amigos conseguia perceber." Seria quase como ter de abandonar o Mundo dos ouvintes - algo que não queria que sucedesse!
Fui a Coimbra, após 4 anos de flagelo, em que a perda auditiva já era constante (neste momento, com já 28 anos). O médico aconselhou-me a fazer novos exames médicos, e após análise destes, disse-me que teria de partir para a operação.
Fiquei assustado com a ideia, ainda por mais, porque nunca tinha sido operado antes...
Primeiro, achou que poder-se-ia partir para a substituição do estribo, uma vez que este era o principal lesado. No entanto, verificou mais atentamente, e com a ajuda de assistentes médicos, que a cóclea estaria igualmente a ser afectada. Como tal, a única solução seria o implante coclear.
Depois disto, comecei a lutar contra a oportunidade que era poder ficar a ouvir melhor, em vez de me acomodar a situação, e ver a situação degradar com medo de enfrentar a operação.
No dia em que entrei no Hospital, estava um pouco assustado, no entanto, aceitei que esta pdoeria ser a única oportunidade de não deixar de comunicar com os meus amigos tal como tinha sido até aqui, e que poderia continuar a escutar coisas tão maravilhos,tais como: sinfonias de Beethoven, o rebentar das ondas do mar, o piar dos passarinhos, o ruminar das vacas, o gracejar das galinhas, e sobretudo, o rir das crianças e restantes pessoas (manisfestação suberba de alegria)... Seria, portanto, a operação, e o implante coclear o "balão de oxigénio" para o fulcral destes problemas - o ouvir!
...E sinceramente, digo-lhes que nada representa o medo que tive de ser operado comparativamente à audição que possuo agora, e a felicidade de poder continuar a ouvir... É algo gratificante e espectacular, o que a tecnologia e a ciência pode fazer para mudar o desenrolar dos acontecimentos, e reabrir o nosso futuro com um sorriso.
Agradeço a vossa atenção.
Cumprimentos/LVBeethoven