por FilipeBaptista92 » 29 jul 2009, 03:13
Em 30 a 40 por cento das crianças que nascem surdas, sem capacidade para conseguir ouvir um som, não é possível identificar uma causa para a surdez.
Além das causas desconhecidas, há factores de risco que levam à falta de audição. Essas causas incluem infecções adquiridas pela mulher durante a gravidez. As infecções mais graves são a rubéola, sífilis, herpes, toxoplasmose ou a infecção provocada pelo vírus citomegalovírus. Nascer com um baixo peso (menos de 1500 gramas) também contribui para a surdez. As doenças da infância (sarampo, tosse convulsa, papeira) podem contribuir para o aparecimento de surdez, mas é menos frequente. As vacinas evitam a deficiência.
Alguns estudos apontam para os prejuízos para o ouvido da exposição a níveis sonoros muito intensos.
Os alertas são dirigidos especialmente aos jovens, mais expostos aos riscos, especialmente quando estão junto a colunas de som nos concertos de música, aos assíduos das discotecas e aos que gostam de ouvir música alta com os auscultadores colados às orelhas.
O diagnóstico da surdez é feito por norma antes no primeiro ano de vida. A audiologista Nicole Santos, técnica do Serviço de Otorrino do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, explica como se chega ao diagnóstico. “Temos vários tipos de testes, jogos sonoros e condicionantes para as crianças e são adequados a cada idade.”
Primeiro é feito o diagnóstico, depois passa-se para a fase seguinte: pensar na melhor técnica para a implantação de próteses auditivas. A partir daí “faz-se a aprendizagem da audição e da fala.”
Os técnicos ajudam não só as crianças a aprender a ouvir através das próteses auditivas e a falar mas também ajudam os pais a comunicar com os filhos. “Ao princípio é-lhes difícil aceitar a condição dos filhos”, revela Luísa Monteiro, directora do Serviço de Otorrinolaringologia do HDE.
A maioria das crianças surdas que são acompanhadas no Hospital Dona Estefânia têm um diagnóstico de deficiência auditiva severa ou profunda.
A directora do Serviço de Otorrino aponta “grande trabalho em parceria” com o Instituto Jacob Rodrigues Pereira, da Casa Pia, na reabilitação das crianças surdas. As crianças diagnosticadas no HDE são acompanhadas pelo serviço até completarem os 18 anos.
@ Correio da manhã.